Tarifaço de Trump: Zema promete suporte de R$ 300 milhões a empresas mais afetadas por medida dos EUA
30/07/2025
(Foto: Reprodução) Zema promete suporte de R$ 300 milhões a empresas mais afetadas por tarifaço
O Governo de Minas Gerais anunciou na tarde desta quarta-feira (30) que as empresas mais afetadas pelo tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terão aporte financeiro de R$ 300 milhões do estado.
Durante coletiva de imprensa, o governador Romeu Zema (Novo) afirmou que R$ 200 milhões partirão do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), e que o estado devolverá outros R$ 100 milhões referentes a valores retidos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de exportação às empresas.
"Vamos disponibilizar, via BDMG, R$ 200 milhões de imediato, com juros de 0,9% ao mês para empresas que precisarem de recursos. Os critérios [para o recebimento do valor] serão discutidos com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), para que haja uma justiça na distribuição", disse Romeu Zema.
De acordo com dados da FIEMG, Minas Gerais é o terceiro principal exportador para o mercado norte-americano, movimentou US$ 4,62 bilhões em 2024, o que representa 11,4% do total brasileiro. As exportações incluem café, produtos siderúrgicos, máquinas elétricas e químicos inorgânicos.
O Brasil é um dos principais exportadores de mercadorias no cenário global. Os Estados Unidos é o segundo maior consumidor dos produtos brasileiros, ficando atrás apenas da China. Atualmente, dos US$ 337 bilhões exportados, os EUA contribuíram com 12% desse comércio.
Ainda segundo a Federação das Indústrias, os impactos no PIB brasileiro podem chegar a R$ 175 bilhões a longo prazo (5 a 10 anos). Já em um cenário de curto prazo (1 a 2 anos), o impacto pode chegar a R$ 47 milhões. Já em relação a Minas Gerais, os impactos no PIB do Estado podem chegar a R$ 6,7 milhões no curto prazo e a R$ 21,5 milhões no longo prazo.
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Decreto
A Casa Branca oficializou nesta quarta-feira (30) a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. A medida, no entanto, prevê uma longa lista de exceções como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos.
Segundo a Casa Branca, a medida entra em vigor no próximo dia 6 de agosto e foi adotada em resposta a ações do governo brasileiro que representariam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”.
O governo americano afirma que o Brasil adotou ações recentes que representam uma ameaça à segurança nacional, à economia e à política externa dos Estados Unidos. Por isso, decidiu aumentar em 40 pontos percentuais a tarifa que já existia, totalizando agora 50%.
De acordo com o texto da Casa Branca, o governo brasileiro estaria perseguindo politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores.
Também foi motivada por ações que “prejudicam empresas americanas, os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”, além de afetar a política externa e a economia do país. O documento cita diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, é citado no texto como responsável por “ameaçar, perseguir e intimidar milhares de seus opositores políticos, proteger aliados corruptos e suprimir dissidências, frequentemente em coordenação com outros membros do STF”.
A Casa Branca também cita o caso do blogueiro Paulo Figueiredo, residente nos EUA e alvo de processo criminal no Brasil por declarações feitas em território americano, como exemplo de violação à liberdade de expressão.
Porto Seco Sul de Minas, em Varginha; exportação
Reprodução EPTV
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