Cárcere privado e feminicídio: acusado de matar esposa em MG já agrediu madrasta e foi detido por perturbação do sossego

  • 01/07/2025
(Foto: Reprodução)
Acusado de feminicídio em Guaxupé, Dário José de Almeida Júnior começou a apresentar comportamento agressivo ainda na adolescência, com registros por ameaças e desordem pública. Acusado de matar esposa já agrediu madrasta e foi detido por perturbação do sossego A ficha criminal de Dário José de Almeida Júnior, de 28 anos, acusado de matar a esposa, Anelise de Carvalho Gomes, 26, no último sábado (28), em Guaxupé (MG), teve início antes mesmo dele atingir a maioridade. 📲 Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp Segundo apurado pela produção da EPTV Sul de Minas, afiliada à Rede Globo, Dário tem um histórico de condutas agressivas e desrespeitosas, principalmente por uso de bebidas alcoólicas e outras substâncias. Aos 15 anos, o então adolescente foi apreendido após agredir verbal e fisicamente a madrasta. Na ocasião, ele jogou objetos na mulher e a ameaçou com uma faca. Dário José de Almeida Júnior foi preso no último sábado (28) após matar a esposa. Antes disso, ele a manteve refém por 10 horas, junto à sobrinha, de 8 anos. Redes sociais Aos 17, Dário foi apreendido novamente por perturbação do sossego. Ele foi encontrado caído ao chão, perto da rodoviária de Guaranésia. Exaltado e embriagado, causou transtornos no pronto atendimento médico, enquanto gritava e se jogava no chão. Já com 18 anos, outro registro de perturbação do sossego: embriagado, o jovem causou desordem no pronto atendimento, chegando a quebrar uma janela do local e ferir a mão. Ele foi preso em flagrante. Dário também foi preso aos 20 anos, após se envolver em um acidente enquanto conduzia uma motocicleta. Segundo o registro da ocorrência, além de estar embriagado - o que foi confirmado em um laudo, ele não tinha carteira de habilitação. Dário manteve Anelise refém e depois a matou a tiros Anelise de Carvalho Gomes, 26 anos, foi morta dentro de casa no último sábado (28), no bairro Jardim Novo Horizonte. Ela foi mantida em cárcere privado pelo marido, Dário José de Almeida Júnior, 28. Junto, estava a sobrinha de Anelise, uma menina de 8 anos, que foi feita refém. Segundo o boletim de ocorrência, tudo começou às 7h15 da manhã de sábado (28), quando Dário ligou para uma testemunha por chamada de vídeo, dizendo que tinha matado a esposa e que estava de posse da sobrinha, declarando que pretendia matar a menina. Anelise foi morta pelo marido dentro da própria casa Reprodução Fabiano Minatto/EPTV / Redes sociais Conforme o registro policial, ele pediu a essa testemunha que duas viaturas ficassem posicionadas nas esquinas da rua onde eles estavam. Ainda durante a chamada, ele exibiu uma pistola demonstrando estar armado e que estava disposto a atirar. Viaturas foram enviadas para a frente da casa, uma delas inclusive foi atingida por um disparo. Foram muitas negociações feitas durante a manhã pela Polícia Militar. Sem sucesso, foi solicitado o apoio de uma equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) de Belo Horizonte (MG). A equipe assumiu os trabalhos no início da tarde. Os policiais do Bope continuaram as negociações, conversando com Dário por meio de uma videochamada. Em um certo momento da ligação, ele exigiu à equipe R$ 13 mil a serem pagos para a ex-mulher dele. Uma testemunha chegou a fazer essa transferência. Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) de Belo Horizonte foi acionado para ajudar nas negociações Fabiano Minatto/EPTV O boletim de ocorrência detalha ainda que o homem afirmou em uma mensagem de texto, enviada ao negociador, que teria abusado da sobrinha. Às 17h30, depois de 10 horas de negociação, que a criança foi liberada. Ela estava bem e foi atendida por uma equipe do Samu e do Corpo de Bombeiros. Por volta de 18h, Dário se entregou aos policiais. Foi só depois de entrar na casa que os policiais confirmaram que a mulher estava sem vida. Sob forte comoção e a revolta de moradores, ele foi preso em flagrante e colocado na viatura. "O Bope chegou para fazer a negociação, assumir as negociações, que eles são treinados tecnicamente e taticamente, e também fazer o cercamento do local para verificar como a ocorrência evoluía. Felizmente a negociação deu certo, ela cumpriu o objetivo. Primeiro foi liberada a menina de 8 anos e depois o infrator se entregou", explicou o tenente-coronel Afrânio Tadeu Garcia, comandante do 43º BPM de Guaxupé. O corpo de Anelise de Carvalho Gomes foi encontrado em um colchão na sala da residência com marca de disparo de arma de fogo. Conforme a Polícia Militar, a arma usada no crime foi apreendida, junto com 40 munições intactas e cinco deflagradas, além de três carregadores. Prisão em flagrante foi convertida para preventiva Após se entregar à polícia, Dário foi levado ao quartel da Polícia Militar e, em seguida, encaminhado para a delegacia. Segundo a Polícia Civil, a prisão em flagrante foi ratificada pelos crimes de feminicídio, tentativa de homicídio qualificado, estupro de vulnerável e extorsão mediante sequestro. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG), o homem deu entrada no Presídio de Guaranésia/Guaxupé ainda no sábado (28). Cárcere privado em Guaxupé: homem se rendeu e foi preso em flagrante pela PM Polícia Militar Na audiência de custódia que aconteceu no domingo (29), o juiz responsável pela análise do caso converteu a prisão em flagrante para preventiva, destacando a frieza de Dário e a violência dos crimes cometidos. A Defensoria Pública de Minas Gerais, que representa Dário José de Almeida Júnior, informou que em casos da área criminal, a defensoria se manifesta apenas nos autos para não prejudicar o andamento e assegurar o sigilo do processo. Polícia investiga se criança foi estuprada Sete pessoas já foram ouvidas, sendo policiais militares e testemunhas que estavam no local do crime durante as negociações. Nos próximos dias, familiares de Dário e Anelise também devem prestar depoimento, assim como a criança, que terá um tratamento especial exigido nesse tipo de caso. Além do cárcere privado e morte de Anelise, a Polícia Civil também investiga a possibilidade de Dário ter estuprado a sobrinha da vítima, que tem apenas 8 anos e foi mantida refém junto a tia. "[Será] em uma sala específica, um ambiente acolhedor, com profissionais capacitados na linguagem dela, para garantir a preservação dos seus direitos. (...) A gente se preocupa com a proteção integral das crianças e adolescentes", explicou a delegada responsável pelo caso, Mireli Mafra, especializada em Atendimento à Mulher. Urso de pelúcia próximo ao portão da casa onde menina de 8 anos ficou em cárcere privado por 10 horas em Guaxupé, MG Eduardo Marins/EPTV Ainda segundo a delegada, depoimentos de pessoas conhecidas do casal, principalmente da parte de Dário, podem auxiliar nas investigações para apontar as circunstâncias do crime. “Outras pessoas poderão ser entrevistadas e sistemas serão pesquisados para entender o perfil do autor. O objetivo é fazer um trabalho técnico e jurídico, que indique as circunstâncias, a motivação e todos os elementos de materialidade da forma mais ágil possível, respeitando os direitos tanto do autor quanto dos familiares e das vítimas”. O inquérito deve ser enviado à Justiça em até 10 dias após o caso. Anelise era babá e sonhava com carreira na saúde Uma fonte próxima à Anelise relatou ao g1 que atualmente ela trabalhava como babá e se formaria como técnica de enfermagem em 2026. Muito querida por amigos e familiares, ela sempre gostou de cuidar de pessoas, principalmente dos pais e da sobrinha. Casada com Dário há cerca de três meses, Anelise queria curtir o início da nova fase para depois pensar em construir uma família ao lado do então marido. Ela nunca contou à família se Dário já havia a agredido, apesar dele ser considerado ciumento. “Ele era muito tranquilo, fazia tudo para ela”, afirmou a fonte. Em conversa com a produção da EPTV, a patroa de Anelise contou o quanto a moça era feliz e dedicada. “Ela era uma pessoa maravilhosa, de um coração gigantesco… Trabalhadora, esforçada, vinha de uma família boa, pais amorosos, corretos e honestos. (...) Ela adorava a vida, amava viver! O meu porto seguro que agora perdi pra sempre”. Anelise cursava técnico em enfermagem e se formaria em 2026 Redes sociais LEIA TAMBÉM: Mulher feita refém dentro de casa é encontrada morta em Guaxupé; marido se entrega à polícia Cárcere privado em Guaxupé: corpo de mulher morta é sepultado e marido é levado para presídio Justiça converte em preventiva prisão de homem que manteve esposa e criança em cárcere privado em Guaxupé, MG Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2025/07/01/carcere-privado-e-feminicidio-acusado-de-matar-esposa-em-mg-ja-agrediu-madrasta-e-foi-detido-por-perturbacao-do-sossego.ghtml


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